O público mais abrangente exige dos tatuadores habilidades que vão além do manuseio de tintas e agulhas. A busca por patrocínios, participação em eventos e o relacionamento com o cliente são questões que passaram a figurar nas preocupações diárias dos profissionais da área.
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A demanda por profissionais de "relações públicas da tatuagem" uniu uma equipe formada pelas comunicadoras Laura Papa e Suzzana Magalhães, o administrador de empresas alex Teixeira e o tatuador Taiom na VCT.tattoo, empresa sediada em Brasília.
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"Quando o tatuador ganha notoriedade, sai em rankings de revistas renomadas, coisas que o fazem crescer para o público, a demanda cresce em relação à oferta. A curva fica exponencial e ele precisa de todo um suporte. Ele não consegue nem dar fluxo nos emails recebidos", explica Laura, que já chegou a administrar uma caixa de emails com quatro mil mensagens não lidas de uma cliente da VCT.tattoo.
Além desse suporte, a equipe gerencia mídias sociais e promove eventos e temporadas de tatuadores no Brasil. "Entendemos o que o cliente quer e onde quer estar", crava a empreendedora.
O professor da pós-graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo (ESPM-SP), Marcos Bedendo, pontua que serviços como o VCT.tattoo vêm com a popularização da tatuagem enquanto atributo estético. "Com a popularização da tatuagem, o profissional acaba recebendo um público ao qual não estava acostumado. Hoje, é mais difícil encontrar pessoas sem tatuagem do que com tatuagem. O público se altera em função do aumento de penetração da tatuagem na população", conceitua o especialista.
"Na perspectiva desse público-alvo, o 'underground' não serve. É uma mudança completa, que passa por ter estúdios diferentes daqueles da Galeria do Rock. Pode ser mais clean, mais convencional. E isso passa também pela postura dos tatuadores", delimita.
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